Sem dúvidas
Cem dúvidas
Sendo
vidas
Certeza
Ser tesa
Ser-te, z à a
Autor: Fido do Carmo
Sejam bem-vindos ao meu balbucio poético, isto é, às minhas tentativas de fazer dos meus sentimentos e dos pensamentos matéria-prima para a poesia.
Quero que você entenda
Sem contendas
Que o meu coração é tenda de amor
Por favor, me perdoe
Não ecoes
Os sussurros do incômodo temor
Não seremos mais escravos
Dos estragos
Dos grilhões que nos impôs o dissabor
E por mais que te entristeça
É vital que esqueças
Não é justo que padeça o nosso grande amor
Pois chegou a primavera
Reverbera
A nossa luz e as cores do mais belo esplendor
Autor: Fido do Carmo
Tão lento o tempo do enfado
Tão rápido o tempo bem gasto
Tão triste o tempo perdido
Tão caro o tempo do amigo
Tão raro o tempo do ócio
Tão curto o tempo-dinheiro
Tão sujo o tempo explorado
Lutando o tempo inteiro
Autor: Fido do Carmo
Tempero de amor
(Ao meu Bem, Cravo e Canela)
Nesta quarta eu afirmo
O seu amor é alimento
A cada prato digerido
Fortalece o meu sustento
No horário do almoço
Lembro do belo tempero
Uma alquimia amorosa
Que me traz um acalento
Autor: Fido do Carmo
Diligência
Oh, meus pés, me perdoem
Mas andar é diligência
Pela sede do horizonte
Sigo firme em persistência
Autor: Fido do Carmo
Esperança
Os tempos sombrios são levados tal como nuvens
O cinza do céu esmaece para surgir o azul da bonança
Consigo ver, ao longe, as velas brancas do barco sereno
Ansiando o embarque, pulo e nado no mar da mudança
As correntes são fortes. As ondas, verdadeiros gigantes
Meus braços não cessam, remam até chegar a remansa
A cada braçada encurto a distância da falta que sinto
Do bem que esquecera e que agora, tão perto, esperança
Autor: Fido do Carmo
Poema ruim da rima vadia
Escrevo e erro ou espero o talento?
Se o dom é faltoso e não traz simpatia
A coragem é farta e a cura, rebento
Autor: Fido do Carmo
Desver
Vou desver e reverter a cena infame
Que me solte deste complicado arame
Que me cerca por mais alto que eu clame
Vou vencer e reverter o tal certame
Com tática, tal qual um vietcongue
Pra verter e ver o bem em mim inflame
Autor: Fido do Carmo
Órbita
As voltas que a Terra
dá
Entorno de si mesma
Diferem das minhas
voltas
De introspecção
Enquanto a Terra gira
Promovendo a noite e o
dia
Meu giro ensimesmado
Promove a solidão
Autor: Fido do Carmo
Toda boca ferida
Ardida ao invés de adoçada
Cospe, morde, talha
Todo ser talhado
Podado ao invés de regado
Seca, murcha, morre
Toda alma singela
Aberta ao invés de trancada
Busca e rega a cura
Autor: Fido do Carmo
Cozer da
dor
Na cozinha
O sabor em cheiro
Mal disfarça
A dor da alma
No Lacrimejo
A cebola amarga
Bem tempera
O sofrimento
No alimento
O sabor oculta
Meio dia
De lamento
Autor: Fido do Carmo
Quase Epílogo
Um sopro
Suspiro
O fim
Passeou
Na mente
Fugente
Um quase
Epílogo
Autor: Fido do Carmo
Utopia
A história enfim se inicia
Lugar de ciência, arte e filosofia
Em que o bom senso se eleva como guia
Sem classes e com a riqueza bem dividida
Tomado pela solidariedade e pela poesia
No horizonte pelo qual lutamos
Em algum lugar chamado
Utopia
Autor: Fido do Carmo
Utopia latina
En los pasos de Galeano
E ao som de Caetano
Adelante mis hermanos
Caminando e cantando
Pero siempre em bando
Autor: Fido do Carmo
1º turno
No dia 2 do mês de outubro, dia do 1º turno
É nossa oportunidade de evitar o infortúnio
Do ser desprezível, malnascido do coturno
Que desperta um sentimento sombrio, taciturno
Diante da desgraça que guiou todo o decurso
O povo se revolta com o tamanho do absurdo
Pois o ser inominável zomba e se faz de surdo
Não assume a própria culpa pelo estrago obscuro
Com 100 anos de sigilo deixa tudo encoberto
Da milícia às rachadas, estão todos submersos
Mas o fim dessa quadrilha já está em pleno curso
Pois o povo grita alto, Lula no 1º turno
Autor: Fido do Carmo
O gorjeio das aves
Na manhã luminosa
Ecoam os sonhos
Da liberdade ansiada
O mar resplandece
A luz da alvorada
Espelha o céu
E o balanço da flora
Farfalha bem alto
O canto sereno
Ressoa suave
O vento ameno
Paisagem do litoral
Bienvenido a Coqueiral
Sonhos grandes e altaneiros
I’m dreaming o
ano inteiro
As flores cheirosas
Atraem as abelhas
Exalam o perfume
Da vida é centelha
Propagam o aroma
Da paz e bonança
Afetos sinceros
Em plena abundância
Os pomares repletos
De frutos e cores
Emanam o frescor
Dos doces amores
Paisagem do litoral
Bienvenido a Coqueiral
Sonhos grandes e altaneiros
I’m dreaming o
ano inteiro
Estimação
Lino
Lindo & Nobre
Na docilidade do olhar
No augusto modo de
portar
Na alegria singela de
anfitrionar
Lindo & Notável
Na singularidade do
ser
No modo firme de não
querer
Na cheia vontade
própria ter
Serena
Ser & Navegar
No mar da mansidão
Na calmaria do ser tão
plácido
No ronronar e no
afofar do pão
Ser & Narcisar
No auto adular-se
Na lisonja do ser tão belo
No filauciar e no
delambido
Autor: Fido do Carmo
Estações
do amor
(Ao meu Bem, Cravo e Canela)
Avisto o riso amável
Rota alternativa,
simples-altiva
Complexa, abissal
Amplexo colossal
Ardente paixão sensual
Descoberta primorosa,
gozo-amor(a)
Volúpia, espiritual
Ósculo transcendental
Outono e inverno
sucederam
Secas gélidas, folhas caídas
Encasularam, hibernaram
Monástica reclusão
No horizonte, a primavera
Brota esperança,
vontade-temperança
Aquiescência,
liberdade
Necessárias verdades
O broto já é visível
Desabrocha a vida, girassóis-margaridas
Essencial, invisível
Complexa incorrigível
Autor: Fido do Carmo
Dia de destorpecer
Uma noite bem dormida
Rende um dia mais
inteiro
Pra pensar no
desespero
Que é viver neste
modelo
Acordando muito cedo
Tomando o
comprimidinho
Ficarás tu bem
calminho
Escondendo o pesadelo
Ao passar o teu efeito
Da dormência
ressuscita
Entendido o que é a
vida
O lamento vira medo
E se unires força prole
Pra lutar contra o sistema
Transformando todo o
medo
Em levante e rochedo
Autor: Israel Frois
Sem rumo
Com rima
Na rua
A sina
Empurro
Pra cima
O peso
Do céu
Com jugo
E rima
No culto
A rinha
Esmurro
A minha
Cabeça
Demasiadamente
humano
Qual é o limite entre o
são e o insano?
Se “de perto ninguém é
normal”
Insanos, todos somos, de
modo igual
Uns, pela diferença
excêntrica
Outros, pela anuência
ao polido padrão
E eu, entre os dois
mundos?
Louco por tropeçar na linha
tênue
Ora normal, ora louco
Louco por fugir do padrão
Normal por resistir a
loucura
Se a loucura não me
cabe bem
A normalidade, também
Louco e são; simples e
complexo
Incoerente,
contraditório
Humano, demasiadamente
humano
Autor: Fido do Carmo
Divã
Vou fazer da poesia
Um divã de terapia
Transbordar o que
angustia
Esta é a minha
travessia
Entregando o poema
Cristalizo um
problema
Pra pensar neste
dilema
Que me livre desta
algema
Cada estrofe que
emana
Brota mais a minha
gana
Pra tratar a causa
insana
Na sessão desta
semana
Autor: Fido do Carmo
Raul
Toca Raul
Na alameda dos loucos
Fingindo ser cool
No fundo do poço
Chamando o raul
Com a insegurança
Do rei Saul
Autor: Fido do Carmo
Quantos sonhos
Impedidos
Na rotina
Da labuta
Quanta pressa
Impelida
Na ausência
Da comida
Quanta falta
Despeitada
De vergonha
Da miséria
Quanta festa
Desalmada
Da mesquinha
Burguesia
Autor: Fido do Carmo
Meditação
Inspirar a esperança
Expirar o que angustia
Repetindo este exercício
Até que não reste o perigo
Da agonia encher o peito
E a esperança exaurir
Autor: Fido do Carmo
Mar de ilusão
No horizonte
O mar tão calmo
Me ilude
Da tempestade que
vinda
No horizonte
O mar tão bravio
Me prepara
Torno
Toda matéria
Pode tornar-se
Bela
Toda beleza
O torno com esforço
Esmera
Autor: Fido do Carmo
Abram as janelas da alma Destranquem vossos corações Que o frescor da brisa praiana Tire o peso das más condições Que a beleza suplante a...