Sonhei com um pomar de poemas
Todo dia brotavam novos versos
Sempre colhia os mais maduros
Eram sobre os temas mais diversos
No sonho, o pomar era balsâmico
Uma mistura de flores e frutos
Enfeitava e alimentava a casa
Saciando com belezas e usufrutos
Acordei e, logo, olhei no quintal
Lá estava apenas o velho pomar
Mangas, jaboticabas e pitangas
Exalando como um belo manjar
Os poemas não estavam por lá
A procura me levou a pensar
Que o pomar muito ajuda a criar
A depender da forma de olhar
A poesia não dá como fruta
Nasce e se faz no enlace do amar
Em terra adubada pelo sentir
Brota a vontade de declamar
Autor: Fido do Carmo